Vênus Hoje

Esta pesquisa mostra fragmentos do cotidiano de um grupo de 15 mulheres (Vênus), todas próximas e conhecidas da autora que, em cumplicidade com ela, ousam se mostrar sem pretensões ou preconceitos. A obra Vênus nasce do próprio corpo do autor. É esse autorretrato feito ao longo do tempo, para ela mesma.

Aqui a interpretação do corpo da Vênus paleolítica amplia ainda mais seu significado físico e simbólico para uma visão onde se apreciam outras virtudes e atributos que não são especificamente o corpo de uma mulher grávida, onde nenhum órgão sexual que os defina é sequer apreciado.

Aqui o seu corpo é o corpo de todos e vice-versa, é um corpo coletivo. A argila é a pele que cobre o corpo, da mesma forma que cobre o corpo da Mãe Terra. É aí que repousa o tempo, a memória física e corporal de cada uma das mulheres retratadas, porque a pele, tal como o barro moldado, está repleta de história de anos, de experiências, tal como a terra. Portanto, cada textura aqui refere-se à diversidade da natureza feminina para além da sua condição puramente biológica. São texturas que representam as diferentes peles de cada pessoa, mas juntas formam um único corpo por natureza.